Como gerar resultados com Supply Chain

É impossível falar de Supply Chain sem falar do método “Linha de Montagem”, inventado por Henry Ford na criação da Ford Motors. Muito mais do que aumentar a sua produtividade, produzindo carros em até 98 minutos, ele buscava uma maneira de gerar resultados com Supply Chain.

Originalmente, a indústria era um trabalho artesanal, não existia padrões de produção, tão pouco materiais uniformes que permitissem garantir a réplica exata do produto.

O processo de linha de montagem trouxe a padronização, e as indústrias que queriam fornecer para a montadora precisavam garantir a produção de peças e equipamentos com pouca ou nenhuma variação, reduzindo qualquer impacto em sua linha de montagem.

Vejam que, a padronização interna gerou uma padronização externa de seus fornecedores, e passou a exigir um profissional que pudesse buscar, fomentar e desenvolver futuras indústrias a se tornarem fornecedores, dando vida ao Profissional de Compras.

Você deve estar se perguntando, então Supply Chain é o mesmo que Compras? Sim e não, para entender melhor, continue lendo esta história que passará pelos pilares deste conceito, Compras, Estratégias, Relacionamento e Logística.

Quando tudo se resumia a compras

Apesar da linha de montagem ter nascido no início do Século XX, as empresas só passaram a ver a a possibilidade de gerar resultados com Supply Chain excencial quase 50 anos depois. Com o aumento da produção industrial, ter uma área que fosse responsável pela compra de matéria prima seria fundamental para garantir o ressuprimento da empresa.

Nesta época, o desafio se resumia a buscar uma indústria que pudesse entregar produtos no prazo, pelo menor preço possível, sem abrir mão da qualidade. Com indústrias cada vez mais abraçando a idéia de “linha de montagem” os fornecedores passaram a ter mais padronização e com isso mais resultados positivos.

Com o crescimento da produção, os custos com compras passaram a ser cada vez mais altos, dando início a eterna balança interna de qualquer empresa. Comercial coloca o dinheiro na empresa, Compras tira o dinheiro da empresa, e no meio de tudo isso, a rentabilidade oscilava cada vez mais.

Em suma, era necessário comprar cada vez mais barato para o comercial ser cada vez mais competitivo. Não por acaso um dos apelidos dos compradores era “leiloeiro”, pois tinha como premissa leiloar as suas necessidades de compra.

O problema desta estratégia é que compra mais barata não necessariamente indica venda mais barata. o custo com a compra de insumos é apenas uma parte do que acaba impactando no custo final de um produto.

O nascimento do termo Strategic Courcing

O termo Strategic Sourcing (Fontes Estratégicas) foi cunhado pela empresa de consultoria americada A.T. Kearney a mais de 20 anos. O termo, ligado a viabilidade de gerar resultados para Supply Chain, define que o norte de uma boa estratégia de compras é a sua inovação. O conhecimento de todos os itens que podem influenciar no processo produtivo, sejam estes internos ou externos.

Diante desta realidade, passou a ficar claro que o ponto de equilíbrio em Custo e Lucro estavam em ambas as áreas, tornando obrigatório ao departamento, buscar informações para embasar decisões em busca de resultados. As principais fontes de informação são:

  • S&OP (Sales and Operations Planning) (Plenajemento de vendas e produção)
  • Curva ABC
  • Cost Breakdown (Custos do Produto)
  • Cost Avoidance (Redução de custos de aquisições)
  • OTIF (On Time in Full) (Acertividade das entregas na quantidade e tempo corretos)
  • Saving (O quanto a empresa deiou de gastar com aquisições)
  • Relacionamento com Fornecedor

Pode parecer uma sopa de letrinhas, mas estes termos representam pontos cruciais de observação. Com elas o comprador pode desenvolver estratégias de compras para uma tomada de decisão cada vez mais assertiva para o negócio. Terceirizar, Produzir, Comprar, Importar são os possíveis caminhos que podem ser seguidos, dependo da estratégia desenhada.

Quer saber mais sobre os termos utilizados no departamento de compra? Clique aqui e e leia o nosso glossário sobre estes termos.

Estratégia desenhada, levantada as demandas para os próximos meses da companhia e conhece as fronteiras de custos a serem obedecidas. Nada disso se tornará realidade se você não trabalhar uma coisa fundamental para qualquer pessoa que atue na parte comercial de uma companhia, RELACIONAMENTO.

Os Bons Companheiros do Comprador

Ter um bom relacionamento com fornecedores é mais um pilar para se gerar resultados em Supply Chain. Com ele, você consegue saber informações do mercado, possíveis ameaças no horizonte além de se informar sobre uma possível escassez de matérias primas. Com isso é possível escolher uma estratégia que garanta o seu abastecimento. Bons exemplos de estratégia são:

Fornecimento exclusivo ou descentralizado

O sonho de qualquer fornecedor é se tornar exclusivo em determinado item para a sua empresa. Entretanto, o que pode significar em um primeiro momento uma garantia de abastecimento, pode se tornar um pesadelo caso alguma coisa aconteça com este fornecedor, ou com o seu abastecimento de materia prima.

Salvo questões específicas de patentes, ter uma fonte alternativa de abastecimento vai depender do quão maduro é o seu relacionamento com este fornecedor, se você tem um contrato de garantia de fornecimento, identificar qual a representação da sua compra frente ao seu faturamento. Estas informações podem ser um trunfo na hora de ir para uma mesa de negociação.

Matriz Kraljic

O uso desta matriz gera uma indicação que deve nortear a sua preferência de compras, separando produtos entre categorias e tipos, que devem nortear a sua decisão entre riscos e custos. Basicamente são duas frentes, Impacto sobre o resultado (capacidade de pagamento) e incerteza de oferta (risco de abastecimento).

Requisições de Informação/Proposta/Cotação ou simplesmente RFx

Esta ferramenta define as 3 etapas para o processo de compra de qualquer produto ou serviço dentro de uma companhia. Como a ordem determina, a primeira etapa seria uma RFI para solicitar informações sobre o produto, a segunda, uma RFP, que apresenta a proposta em si, e a última seria a RFQ, que é uma cotação detalhada do que será fornecido.

Negociação

Negociar é uma arte, e ela deve ser trabalhada em ambos os lados da mesa, seja você um comprador ou um vendedor, dominar a arte da negociação pode ser a diferença entre um bom e um mal resultado para o seu negócio.

Entretanto, ter transparência e clareza em tudo que está sendo negociado é fundamental na busca de uma relação “ganha-ganha” nos negócios, além de garantir credibilidade interna e externamente, não podemos esquecer que lidamos com grandes valores. A relação de confiança deve ser pontuada sempre que necessário.

Quer saber mais sobre os tipos de negociação e como elas podem potencializar seus resultados. Clique aqui e saiba mais..

Fabricar ou Terceirizar

Mesmo que o seu negócio seja o de fabricar ou transformar, nem sempre produzir é o melhor caminho. Com um mundo cada vez mais globalizado, por vezes a importação pode ser um caminho viável para o abastecimento dos seus produtos. Talvez, encontrar parceiros em solo nativo também pode ser o caminho, saber calcular os prós e contras destes custos devem nortear a sua decisão.

Entretanto, segundo estudiosos, se o item que você esta avaliando a produção para decidir sobre a terceirização, é o objetivo central da sua empresa, o ideal é que você não o terceirize, visto que outros fatores, como a logística, podem impactar negativamente nos custos e deixar exposto o seu principal item de venda.

Nem sempre uma linha reta é a menor distância entre dois pontos

Com um mundo globalizado conseguimos encontrar fornecedores em regiões distantes da sua unidade, empresas podem se valer de benefícios fiscais, ter incentivos pelo fomento e desenvolvimento de regiões no país ou no mundo. Todas são formas estrarégicas de se reduzir o custo do produto, mas de nada adianta tudo isso se você não conseguir receber os insumos.

A logística, importante pilar para gerar resultados em Supply Chain, mais do que nunca, se tornou fundamental para o funcionamento de qualquer negócio. É através deste setor que é possível se organizar a coleta e entrega de produtos em qualquer lugar do mundo, e é este mesmo time que é responsável por transpor barreiras que impeçam este andamento.

Veja, para um Comprador, saber a diferença entre custos de transporte aéreo, rodoviário ou marítimo e sua relação de tempo de entrega é fundamental para controlar os custos do produto acabado, visto que, estratégicamente, pode ser viavel trocar as demandas de produção para evitar quebra de estoque.

E posteriormente a produção, qual será a melhor estratégia para entrega dos produtos acabados. Como garantir a cobertura e o abastecimento do cliente final e não deixar que desvios neste ciclo influenciem nos seus rendimentos é somente um dos desafios que o Time de Logística tem que enfrentar no seu dia a dia. 

A união não só faz a força como gera resultados em Supply Chain

Por fim, entenda que Supply Chain, ou Cadeia de Suprimentos, vai muito além do que apenas uma expressão. Hoje, é um setor estratégico que deve se envolver em todas as etapas de produção e seus setores.

O Time de Compras precisa saber informações de forecast do Time Comercial e quais são os resultados pretendido por estas ações. Ele precisa de especificações técnicas para trazer insumos para Time de Qualidade avaliar e aprovar a compra do material. Ele precisa de informações da capacidade produtiva do Time de Produção, para planejar o lote a ser comprado.

O Time de Logística precisa passar informações a respeito da frota ou de terceirizados para que possa ser decidido o ponto de reposição dos itens, se é possível considerar a compra ou importação dos bens, e com todos estes dados é possível tomar a melhor decisão em busca do melhor resultado para a sua companhia.

Então, espero que o texto tenha contribuído para abrir um pouco mais o seu horizonte a respeito da importância da área de Suprimentos e os impactos que geraram esta evolução do Setor de Compras até se transformar em Supply Chain.

Quer planejar a evolução da sua área de Suprimentos e aplicar as regras e técnicas de grandes empresas para potencializar os resultados do seu negócio? Preencha o formulário abaixo que entraremos em contato para estudar a melhor maneira de te ajudar na revolução de como a sua empresa estuda/planeja/compra insumos.

FONTES:

Wikipedia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Ford

ENEGEP

APLICAÇÃO DE TÉCNICAS E FERRAMENTAS DE ESTRATÉGIA DE COMPRAS EM UMA EMPRESA ALIMENTÍCIA – 2016

Localiza – Gestão de Frotas

https://frotas.localiza.com/blog/rfi-rfp-rfq